Rua Augusta
quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009
Noite de Cabíria
Quando não encontrei o nome da minha amiga na lista hesitei um pouco, mas acabei mandando uma mensagem pelo MSN: “eu fico quieto, você fala se quiser, nós bebemos.” Combinado. Ela não queria escolher, fomos ao Santa Augusta. Heinekens 600 ml e uma chapa de calabresa com ervas.
Entre incertas batidas eletrônicas e a escolha definitiva por um DVD de clipes da Björk, tivemos um momento em que o telão estava ocupado por cenas do Clube da Luta. Ela não havia visto o filme, recomendei e falei um pouco de sua violência. Ela não gostava muito de violência, não conseguira terminar Laranja Mecânica, Irreversível lhe causava repugnância - raiva, um desejo de vingança. Falamos do sofrimento conformista de Charlie Brown, passamos pela impotência de Macabea, mencionamos traumas cinematográficos e assim fomos falando de sentimentos sem precisar dizer o que realmente estava os provocando.
Logo acima do pôster do Akira Kurosawa, estava o de Os Palhaços, de Fellini. “Sabe o que é realmente triste?” - perguntei. Andando em uma estrada, após ter se dado mal, repetindo o que havia acontecido no filme todo, sem perspectiva e destruída, Cabíria se depara com uma festa popular. Todos felizes, ela acabada, todos vivendo, ela só avançando. E então, ocorre a cena mais sádica, cruel e desesperadora do cinema. Ocorre o sorriso mais triste da história, um sorriso desgraçado e arrasador, um sorriso feliz. Depois de toda a merda, Fellini mostra cruelmente para nós que Cabíria consegue sorrir de novo, consegue ganhar energia para continuar com sua vida de merda. Ele esfrega na nossa cara que, não importa como foi 2008 se há um 2010. O tipo de mensagem que, neste dia, só faz despertar os mais profundos instintos assassinos a respeito desse italiano maldito e seu atroz Noites de Cabíria.
A noite passou, os olhinhos da minha amiga foram ficando vermelhos, sua boca controlando bocejos. Sem sorrisos sádicos, ao menos, conseguiu dormir.
quarta-feira, 28 de janeiro de 2009
Catraca Livre
Uma seleção das fotos pode ser encontrada na galeria do Catraca Livre. Este site de jornalismo comunitário também está envolvido em diversas outras matérias sobre a Rua Augusta, que podem ser conferidas neste link.
Para os que ficaram curiosos, o Catraca Livre, organização idealizada pelo jornalista Gilberto Dimenstein, não é ligado ao Programa para a Descatracalização da Própria Vida do coletivo Contra Filé.
Hm, bastante link neste post.
quinta-feira, 22 de janeiro de 2009
Patná (677)
Nada pretensiosa, a lanchonete é tranquila com seus bolos caseiros, primas e televisão (Sportv). O Orlando não soube dizer a origem do nome.
Lanchonete Patná - 3231-1931
Garrafa: Kaiser - R$ 3,00; Antarctica/Itaipava - R$ 3,50; Skol/Brahma - R$ 4,00; Serramalte/Original/Bohemia - R$ 5,00.
quarta-feira, 14 de janeiro de 2009
Augusta 472 (472)
Secos e Molhados, Queen, Jota Quest, Led Zeppelin, Kiss, Kid Abelha, O Rappa, Nirvana, Ozzy Osbourne, Linkin Park, Johnny Rivers, Madonna, Lenine, Massacration, Joy Division, Joe Cocker, Raul Seixas, John Lennon, Marisa Monte, Pink Floyd, Los Hermanos, Maria Rita, Legião Urbana, Michael Jackson, Lulu Santos, Echo & the Bunnymen, Enigma, Bob Dylan, Billy Idol, Tears for Fears, The Doors, Smiths, U2, Tim Maia, Glora Gaynor, James Brown, Guns N Roses, Jimmy Hendrix, Iggy Pop, Ira, Janis Joplin, James Blunt, Engenheiros do Hawaii, Cássia Eller, Cazuza, ABBA, The Beatles, Deep Purple, The Rolling Stones, Helloween, Iron Maiden, Jamiroquai, Carpenters, Creedence Clearwater Revival. Ufa, se alguns desses nomes caoticamente apresentados te causam repulsa, certamente outros serão uma boa razão para você ligar a jukebox do bar que está sendo chamado de Augusta 472, simplesmente porque não tem nome.
Além de vasculhar as músicas, existe outro passatempo no Augusta 472, desvendar as relações familiares das pessoas atrás do balcão. Tá, não é um grande desafio, simplesmente sou ruim nisso. O fato é que algumas pessoas da família assumiram a então bombonière em março de 2008 e logo perceberam que o clima estava mais para o álcool do que para o chocolate. Virou bar, que tem música ao vivo às quintas (André toca rock e o que puder com voz e violão) e está procurando alguém para se apresentar às quartas. Tiago, um dos donos, quer alguém com um espírito Woodstock, anos 1970.
Duas mesas de bilhar por ficha (R$ 1,00) e uma mesa oficial de sinuca (preço por hora a definir), decoração curiosa, TV desligada, luz escura e micro-ondas queimado completam o ambiente.
terça-feira, 13 de janeiro de 2009
Táxi Bar (596)

Uma Nossa Senhora ao canto observava os clientes que não deixavam Paulinho conversar comigo, sempre inquieto de uma ponta do balcão à cozinha, limpando e servindo, sempre simpático. Os fregueses não poderiam ser mais variados, do antigo caminhoneiro que agora trabalha numa boate na Augusta, onde faz "de tudo, menos dar o cu”, a um pequeno menino branquelo que escalou o banco para alcançar o balcão: “Paulinho, me dá um Halls?” perguntou esperançoso. “Não, você só vai levar o que está na lista da sua mãe”, respondeu enquanto anotava na caderneta.
Proprietário com sua esposa da Lanchonete Táxi Bar, Paulinho está no ramo desde que chegou a São Paulo em 18 de janeiro de 1978. Foi garçom, cozinheiro, trabalhou em restaurantes conceituados como Pandoro e Grupo Sergio (a primeira rede de pizzarias por rodízio na São Paulo dos anos 1970), até abrir seus próprios estabelecimentos na Avenida Nove de Julho. Galo Rei, o restaurante gradeado ao lado da Fundação Getúlio Vargas, foi vendido para seu cunhado quando Paulinho assumiu o ponto na Augusta em 1994. O nome Táxi Bar é uma homenagem aos taxistas do ponto da FGV. A luta do paraibano de Arara compensou: seu casal de filhos estudou no São Luís e o mais velho se formou em Administração na FIAP.
O boteco tem uma caixa registradora jurássica, televisão (na Record), pacotes de biscoito de polvilho, mudas de pimentas vermelha e amarela no balcão e não toca música ambiente. Alguns clientes se sentam nas mesas de metal ao fundo para devorar as montanhas em seus pratos do self-service de R$ 6,99. Outros passam apenas para comprar cerveja enquanto enrolam para entrar no StudioSP, exatamente na frente.
“Outro nível,” disse Paulinho. Segundo ele, a Augusta melhorou bastante nos últimos três anos, com o Outs, o Inferno e, mais recentemente, o StudioSP. Antes disso, só iam pessoas “atrás de briga” e estabelecimentos fechavam com freqüência, “pelo aluguel caro e por não acreditarem na área”, disse sob a santa protetora.
Serviço:
Lanchonete Táxi Bar - 3237-3995
Funcionamento: seg. a sáb., das 8h à 1h; dom., das 18h às 24h.
Garrafa: Skol/Brahma/Itaipava - R$ 3,60; Antarctica/Kaiser/Nova Schin - R$ 2,99.
Lata: Skol/Brahma/Antactica/Itaipava - R$ 2,50.
terça-feira, 6 de janeiro de 2009
Bahia (572)

O bar, lanchonete e restaurante 24 horas é uma boa opção três em um. Skol estupidamente gelada, vitaminas, bolos caseiros ou carnes em vitrines, você encontra de tudo. A iluminação de rodoviária contrasta com a escuridão das redondezas, mas ajuda quem quiser comprar a ficha de R$1,00 para jogar na única mesa de bilhar.
Na jukebox (R$0,50), todo um ecossistema: Calypso, Franz Ferdinand, Forte Forró, Tribalistas, Armandinho, Raul Seixas, Beatles, Belo, Ben Harper, Bezerra da Silva, Bob Dylan, Bob Marley, Calcinha Preta, Camisa Suada e Cássia Eller estão entre as atrações imperdíveis. Na TV com volume baixo, Rede Globo.
sábado, 20 de dezembro de 2008
Eclético's Bar (890)
Alerta: afaste-se, passe longe, destrua, metralhe, napalme a coxinha do bar. É a pior que v. já experimentou e que v. e sua prole vão experimentar - se não bastasse terem abatido um frango gripado velho, eles deixaram alguns dias em um molho azedo para deteriorar e depois cobrir com uma massa que ofende o óleo trabalhador em que é mergulhada, que já fritou batatas, frangos e nem queiramos saber o que mais durante seu mês de existência.
quinta-feira, 13 de novembro de 2008
Espetinho do Gaúcho (963)
Santa Augusta (976)
Bar do Netão (822-B)

Charm da Augusta (1448)
- Troveiro disse...
-
A Brahma a R$4,50, a galerinha de estilo variado, menos crianças que o de costume. Seria o espírito buteco seu charme? Não sei, depois que eles passam pela fiscalização da vigilância sanitária fica aquela sensação de que o álcool em seu copo só tem um papel embriagante, não mais desinfetante. E a graça disso?
Ah! Irreparável - eles não têm copos decentes de cerveja, só aqueles copos de suco gigantescos. Disseram que os copos americanos estavam dando problema. Um boteco se planejando para evitar problemas? E cadê o santinho?
quinta-feira, 23 de outubro de 2008
Monarca (1559)
Sempre bem movimentado e com bom atendimento. O problema foi a garoa fina que caía no dia da visita. O bar não teve sorte. Como nossa avaliação não pretende ser imparcial e objetiva, saiu perdendo porque ficamos descontentes em ter que mudar para uma mesa do lado de dentro.
Mas.... temos que admitir que os garçons (inclusive um que se identificou bastante com a língua presa da Fer) foram bem tolerantes e se preocuparam em nos acomodar confortavelmente lá dentro.
No mais:
O banheiro tinha papel higiênico!
A cerveja tava no preço...
A pizza, generosa, mas fria.
E a decoração, não fugiu do esperado.
Vale a pena dizer que eles aceitam todos os tipos de ticket e não cobram nada a mais na cerveja (Alguns bares aumentam o preço da cerveja quando você vai pagar com ticket).´
A frequência do bar também é bem variada... logo no começo da noite o que mais dá é o pessoal que sai do trabalho... Logo vai chegando um pessoal mais jovem..
Ponto negativo... fecham o bar às 11:30.
Pois é, passei outro dia para ver como seria o sabor da coxinha sem um apetite quimicamente induzido. O salgado de fato não era tão apetitoso, mas ainda muito bom. O fato é que não comi a mesma coisa. O antigo cozinheiro baiano foi embora e um cearense - a exceção de uma equipe formada apenas por naturais da Bahia - assumiu o fogão. Mas não interessa, por enquanto, a coxinha do Bahia é a melhor da Rua Augusta. Isso pode se dever ao fato de saírem 500 unidades diariamente e por isso estarem sempre fresquinhas. Ou talvez o fato de estarem sempre fresquinhas seja a razão de saírem tantas. É a reflexão do dia.